25 de agosto de 2008

Cosme e Damião - Estudo Bíblico

  Danilo Raphael
Revista Defesa da Fé, nº 39, Ano 5, outubro/2001

Os santos católicos usados pelo candomblé

Os santos gêmeos são muito prestigiados e populares em todo o Brasil. Mas é em Salvador, Bahia, que a dupla ganha mais notoriedade, sobretudo no mês de setembro, quando são festejados, em grande estilo, com o famoso caruru. O prato ganha tanto a mesa dos ricos quanto a dos pobres, e é sempre seguido de muita fartura e festa. Uma das obrigações de quem prepara o caruru de preceito é pedir esmolas para conseguir os ingredientes necessários. Uma vez pronto, o alimento é servido, primeiramente, aos santos e, em seguida, a sete crianças. Somente depois vira banquete para os demais convidados e para a própria família que o preparou. O prato, à base de quiabo e dendê, tem origem na África, no
culto da sociedade yorubá aos Ibeji.

Todos os anos, ao se aproximar o dia 27 de setembro, data em que se comemora o Dia de Cosme e Damião, é comum encontrar pelas ruas de Salvador crianças e adultos atrás de esmolas (ingredientes) para a preparação do caruru dos santos. As pessoas mais abastadas pedem aos amigos uma ajuda simbólica, garantindo, assim, a tradição.

Embora a comemoração seja obrigatória no dia 27, os carurus baianos, no entanto, acontecem durante todo o mês de setembro e prosseguem até outubro, quando são festejados, no dia 25, São Crispim e São Crispiniano, que normalmente são confundidos na crendice popular com Cosme e Damião.

Representadas por duas crianças gêmeas, essas entidades eram cultuadas com presentes e oferendas de pratos típicos e doces nos rituais do Candomblé, que se repetem até os dias atuais. Entretanto, ao se tornarem escravos no Brasil, os africanos foram proibidos de cultuar seus santos de origem. Para burlar a vigilância de seus senhores, passaram a associar suas entidades aos santos católicos, o que chamamos de sincretismo.

Para que pudessem festejar seus Ibejis ou Erês (que significa criança que gosta de oferendas), os escravos adotaram os santos gêmeos católicos Cosme e Damião. É por esse motivo que Cosme e Damião, até hoje, são associados a crianças e se oferece caruru, balas e doces no seu dia. Embora o culto aos gêmeos tenha-se originado em longínqua data e em vários pontos da Europa, foi no Brasil, no entanto, especialmente na Bahia, que a fé nos santos ganhou mais força, juntando-se às devoções das raças branca e negra.

Hoje, é vasto o número de crianças que, durante várias gerações, tem sido ensinada por seus pais, professores e parentes a fazer pedidos a Cosme e Damião, com o fim de obter ajuda em suas necessidades. A Igreja Católica, por sua vez, apregoa que esses santos são protetores das crianças, dos gêmeos e padroeiros dos médicos. É costume entre os católicos a distribuição de balas e doces para as crianças no dia 26 de setembro. Segundo o padre Michelino Roberto, "pelo calendário oficial da igreja, a festa é celebrada no dia 26. Mas o povo prefere 27, data da inauguração da basílica que o papa Félix IV mandou erguer para os dois em Roma, no ano 500".1
Será que há algum mal em permitirmos que as nossas crianças recebam esses doces ou balas? Ou, talvez, pedirmos proteção para elas a esses irmãos em Cristo que viveram séculos atrás? Afinal, eles não passam de cristãos que perderam a vida por amor a Cristo.
Muitas dúvidas pairam na mente dos pais de famílias evangélicas ao presenciarem outras crianças na escola ou numa festa em seu bairro recebendo doces e balas sem maiores preocupações por parte de seus respectivos responsáveis. E questionam: "O que há de tão errado nisso? Não passam de crianças se divertindo".

A partir de então, analisaremos esses respectivos personagens, a lenda que se criou em torno de sua personalidade e a influência negativa às nossas crianças caso elas participem desses festivais comemorativos incentivados pela Igreja Católica.2

Quem foram?

Cosme e Damião eram irmãos gêmeos que, desde cedo, se envolveram com medicina, indo estudar na Síria. A data de seu nascimento, no 3 ° século, é incerta. Não se sabe ao certo as circunstâncias que os levaram a ter contato com o cristianismo. Reza a lenda que, por onde andavam, os gêmeos não cobravam pelos serviços que prestavam como médicos (daí serem chamados anárgiros, ou seja, "que não são comprados por dinheiro"), porque tinham como prioridade a conversão dos pagãos à fé cristã. Na verdade, eram outras riquezas que os atraíam.

Devido ao fato de não se prostrarem diante de outros deuses, o governo imperial ordenou a prisão dos dois médicos, acusados de acérrimos inimigos dos deuses pagãos. Assim, morreram como mártires de Cristo em 303 d. C, aproximadamente.

Cerca de 530 d.C., o imperador Justiniano, quando gravemente ferido, mandou construir, em Constantinopla, uma grande Igreja em honra desses mártires.

Zelo sem entendimento

Para que tenhamos uma idéia de como a crendice popular em torno desses dois irmãos vem tomando vulto, atentemos para o que diz o seguinte artigo: "Salvador, o bairro da liberdade, o mais populoso da capital baiana, terá um domingo de festa, amanhã, com a comemoração do dia dos santos Cosme e Damião. Haverá missas de uma hora na igreja que leva o nome dos gêmeos. Às 16 horas, uma procissão percorrerá as ruas. Os santos são muitos populares entre os adeptos do candomblé e os devotos do catolicismo. No candomblé, os santos correspondem aos ibejis ou erês, espíritos e crianças, considerados mensageiros dos orixás. Segundo a tradição, quem nasce neste dia tem a obrigação de oferecer caruru, todos os anos, a sete meninos".3

Fui no jardim colher as rosas
A vovozinha deu-me a rosa
mais formosa
Fui no jardim colher as rosas
A vovozinha deu-me a rosa
mais formosa
Cosme e Damião, ÔOOOh Doun
Crispim, Crispiniano São os filhos
de Ogum Cosme e Damião, ÔOOOh
Doun Crispim, Crispiniano
São os filhos de Ogum

(cantigas da umbanda em que o catolicismo
se funde com os cultos afros)

A verdade sobre Cosme e Damião

É costume no catolicismo transformar centenas de cristãos sinceros, que se têm revelado ao longo da história da Igreja, em personagens de devoção religiosa para uma massa de fiéis que possui zelo de Deus mas nenhum conhecimento de sua palavra. Paulo disse em sua carta aos romanos: "Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento (10.2).

A consideração a que chegamos é que uma grande parcela dos fiéis, tanto do candomblé quanto do catolicismo, busca uma relação sincera com Deus. Mas, devido ao fato de terem aprendido, seja por amigos, familiares, ou pela doutrina da igreja católica, que Cosme e Damião podem influenciar a vida deles e a de seus filhos, recorrem, ao precisarem de ajuda, aos ensinamentos que ouviram. São sinceros no que fazem, por assim dizer, mas não agem "com entendimento".

O ensinamento de que o homem deve recorrer aos mortos para receber ajuda é amplamente divulgado pelo espiritismo e outras seitas por todo o mundo. É costume entre os católicos afirmarem: "Por que as pessoas que foram tão boas não podem nos ajudar?".

Para esclarecimento dos leitores, e em resposta às seitas, vejamos alguns motivos por que ninguém deve praticar consultas aos mortos:

1 - É proibida por Deus (Dt 18. 9-11);
2 - Quem faz isso, não possui luz nele (Is 8. 19-20);
3 - Os mortos não são nossos mediadores (1 Tm 2.5).

Outros motivos dizem respeito ao fato de que não precisamos de seus auxílios. Vejamos porquê:

1 - Temos a confiança de que podemos nos aproximar diante de Deus e sermos socorridos pelo Senhor (Hb 4.16);
2 - Jesus é o nosso intercessor (1 Tm 2.5);
3 - Todo aquele que é nascido de novo pela fé é chamado santo (Rm 1.7; Ef 3.8; 4. 11-12);
4 - Cristo está o tempo todo intercedendo por nós (Hb 7.25).

Quando recorremos ao auxílio de algum santo (neste caso, Cosme e Damião), isso implica que Cristo é insuficiente, tanto para salvar como para abençoar as nossas crianças e os profissionais da área da medicina.
A oração é uma forma de culto. E foi o Senhor Jesus quem disse: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto" (Mt 4.10). Não devemos ser levados por filosofias vãs (Cl 2.8), antes, prestar o nosso culto racional a Deus (Rm 12.1). Devemos, isso sim, nos desvencilhar dos preceitos de homens (Mc 7.7), para que não ofereçamos a Deus um culto vão (1 Co 10.19-20).

Sabe qual é a má notícia sobre Cosme e Damião: Eles não podem nos ajudar!

Sabe qual é a boa notícia a respeito de Cristo: Ele "é o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14.6).

Notas:

1- O Estado de São Paulo, 28-09-2000.
2- Faz-se necessário ressaltar que tanto o catolicismo romano, quanto o candomblé cultuam Cosme e Damião.
3- O Estado de São Paulo, 26-09-1998.


Idolatria disfarçada

Por Paulo Cristiano da Silva

Os católicos sempre encontraram uma maneira de se livrar da acusação de serem idólatras. Quando pressionados com textos bíblicos sobre seu modo de culto prestado a Deus, aos santos, às imagens, às relíquias, à eucaristia e à Maria, prontamente respondem que não levamos em conta a cuidadosa distinção de culto feita pela Igreja Católica para não incorrer neste pecado.

Os eruditos católicos precisam fazer esta distinção, pois, sem ela, não poderiam escudar-se quando pressionados com a acusação de idolatria. Com esta nuança de palavras, sentem-se livres para prosseguir com seus sofismas teológicos. Diante das severas advertências bíblicas, foi necessário fabricar-se uma tríplice distinção entre o que eles classificam “latria”, que seria o grau mais alto de adoração, “hiperdulia”, um grau abaixo daquele (tido como veneração a Maria) e superior à “dulia”, também veneração, mas prestada aos santos e aos objetos relacionados a tais santos, como, por exemplo, as imagens.

Os católicos dizem que prestam unicamente o culto de “latria” a Deus e o culto de “dulia” aos santos, sem incorrerem no risco de confundi-los. Contudo, esta “cuidadosa” diferença desaparece na prática. Vejamos, mais à frente, como ela tende a se confundir no desenrolar do culto que o devoto católico presta.

O papa Gregório estava errado quando disse que “as imagens são os livros dos ignorantes”. A bem da verdade, as imagens são mais eficazes para cegar os olhos espirituais destas pessoas e, conseqüentemente, deixá-las mais ignorantes ainda, do que para tirá-las desta condição.

Quando a imagem de algum “santo” cai no chão e quebra, o devoto não diz apenas que a imagem se quebrou, mas afirma ter quebrado o próprio santo, seja ele Antônio, Benedito, Jorge, José, entre outros, repetindo assim o episódio de Labão, que acusou Jacó de roubar não só suas imagens, mas seus “deuses” (Gn 31.30).

Imagine um católico fazendo a oração que segue, curta e fervorosa, diante do quadro da sagrada família — Jesus, Maria e José.

Meu Jesus, misericórdia.
Doce coração de Maria, sede a minha salvação.
Jesus, Maria, José eu vos dou meu coração e minha alma.
Jesus, Maria, José assisti-me na última agonia.
Jesus, Maria, José, expire a minha alma entre vós em paz.
Amém.


Perguntamos: Qual é o católico que consegue fazer a distinção entre “latria”, “dulia” e “hiperdulia” quando se prostra para rezar fervorosamente perante os três personagens do quadro? Como bem expressou a pesquisadora de religiões, Mary Schultze: “a mão-de-obra é grande demais!”

Como quase todas as invenções doutrinárias do catolicismo através dos séculos têm seu embrião no paganismo, esta suposta distinção entre um culto e outro não é uma exceção. Os pagãos rodeados por seus muitos deuses e intercessores fizeram uma hierarquia de culto para eles, distinguindo entre divindades maiores e divindades menores. A Roma papal, cópia fiel do paganismo, também procedeu do mesmo jeito. Isto nos traz à memória um texto bíblico em que aparece uma situação análoga: “Assim estas nações temiam ao SENHOR e serviam as suas imagens de escultura; também seus filhos, e os filhos de seus filhos, como fizeram seus pais, assim fazem eles até o dia de hoje” (2Rs 17.41; grifo do autor).

O correto uso dos vocábulos da Bíblia

Os termos gregos dulia e latria não têm nenhuma semelhança com a definição que lhes dá o catolicismo. Podemos desmontar este arcabouço doutrinário levantado pela teologia romanista simplesmente recorrendo ao original grego do Novo Testamento.

Dulia: é derivado do verbo grego douléuo, cujo equivalente é “servir”, “ser escravo”, “subserviente”. Este verbo é usado para expressar o nosso dever de servir a Deus, e aparece em passagens como:

Mateus 6.24

“Ninguém pode servir (douleuein) a dois senhores...”

Atos 20.19

“Servindo (douleuôn) ao Senhor com toda a humildade...”

Romanos 12.11 (V. tb. 14.18)

“Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo (douleuontes) ao Senhor”

Latria: o termo aparece nas escrituras gregas cristãs como adoração como culto, ritos, cerimônias, serviços exteriores. Vejamos alguns exemplos de seu uso:

João 16.2

“Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço (latreian) a Deus”.

Romanos 9.4 (V. tb.12.1)

“Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto (latreia), e as promessas”

Hebreus 9.6 (V. tb. 9.1)

“Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços (latreias)”

A palavra comumente usada na Bíblia Sagrada para adoração é proskyneo, cujo significado, entre outros, é prostrar-se e adorar, e não latreia. Vejamos:

Mateus 4.10

“Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás (proskunêseis), e só a ele servirás (latreuseis)”

Tanto o culto de latria quanto o de dulia devem ser prestados somente a Deus, e a mais ninguém. Somente diante de Deus devemos nos prostrar e somente a Ele devemos servir. Portanto, servir a alguém em sentido religioso que não seja o próprio Deus é declaradamente idolatria, e foi essa a censura do apóstolo Paulo quando escreveu aos gálatas reprovando a vida idólatra que outrora levavam.

“Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses” (Gl 4.8).

No original grego aparece a palavra dulia. Era justamente este o tipo de culto que os gálatas prestavam aos seus deuses, mas nem por isso Paulo os poupou de serem chamados de idólatras.

Aos tessalonicenses, o apóstolo diz o seguinte: “Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro” (1Ts 1.9).

Diante disso, entendemos que o culto de dulia deve ser prestado com exclusividade a Deus, ficando claro que o apóstolo, ao usar o termo dulia, condena esta superstição com a mesma força com que a condenaria com o termo latria” (Institutas, livro I, cap. 12).

O que é hiperdulia?

A definição do dicionarista para o prefixo hiper é: “posição superior; além; excesso”. Será que com o culto de hiperdulia os católicos não estariam cultuando a Maria acima e além de Deus e, conseqüentemente, transformando-a em um ídolo? As Escrituras nunca registram uma hiperdulia para Deus, mas apenas a dulia, já os católicos querem prestar a Maria um culto ou serviço superior ao que é prestado ao próprio Deus, ou seja, uma hiperdulia!

Para que nenhum católico diga que estamos jogando com as palavras para acusá-lo falsamente, vejamos o que afirma o livreto intitulado “Com Maria rumo ao novo milênio”, da editora Paulus:

“Houve um tempo em que os católicos veneravam demais os santos. Esqueceram-se um pouco de Jesus. Ele até parecia um santo ao lado dos outros...” (p. 13; grifo do autor).

Evidências disso são os títulos “santóides” conferidos a Jesus, tais como: “São Bom Jesus dos Milagres” e “Senhor Jesus do Bonfim”, entre outros.

Se isto não for idolatria, então não sabemos mais o que poderia ser!

Todavia, os fatos falam por si só. E a questão em pauta envolve fatos, e não nomes. Alguém já disse que “contra fatos não há argumentos”. Não adianta querer esconder a situação espiritual em que os católicos se encontram com sutilezas e supostas distinções de palavras. Suas práticas constituem-se em atos de adoração explícita, ou seja, quando um católico se prostra diante de uma imagem de Maria e lhe faz pedidos, isto é idolatria.

Onde está a diferença da qualidade do culto que prestam a Deus, aos santos ou a Maria e suas imagens? Ela desaparece por completo no desenrolar da adoração do fiel.

Por tudo isso é que não podemos aceitar a sutileza usada pelos teólogos católicos para diferenciar os tipos de culto que prestam em seus “arraiais”.

Oremos para que o Espírito Santo conceda-lhes oportunidades de reconhecer, em tempo oportuno, aquele que é o único digno de adoração. De verdadeira adoração!

 

Cuidado, a serpente ainda fala

Por Elvis Brassaroto Aleixo

Ao ponderarmos as inúmeras linhas escritas por Joseph Smith Jr, Witness Lee, Allan Kardec, os evangelistas da Nova Era, e muitos outros, nos vêm à mente perguntas intrigantes como: “De que fonte poderia jorrar tanta imaginação?”, “De onde procederia tamanha inspiração?”. É impressionante como, numa só seita herética, podemos encontrar tantos desvios doutrinários. Como certos grupos religiosos podem estar tão distantes dos parâmetros bíblicos. Alguns preceitos de determinadas seitas são tão absurdos que chegam a ser exóticos, por assim dizer. Quase sempre seus artífices atribuem aos escritos que produzem inspiração divina. E vão mais longe em seus devaneios quando afirmam que seus ensinamentos têm mais autoridade do que a Bíblia. Ou, na pior das proposições, que eles são condizentes com a Palavra de Deus.

Manancial de erros

Existem três fontes para a doutrina. A que provém de Deus, irrefutável, infalível e perfeita. A que provém do homem, discutível, falível e muitas vezes prejudicial. E a que provém do diabo, nociva, anátema e enganosa.

Seguindo esse raciocínio, convém esclarecer que o opositor das nossas almas não estagnou seu trabalho de destruição da raça humana. Ao contrário, está cada vez mais disposto a “engolir” e desviar o homem do grande propósito de salvação do Senhor Jesus para sua vida (1Pe 1.16). Cautelosamente, ele (o diabo) não deixa de apontar seus dardos para a ambição humana com a intenção de iludir o homem de que ele não é mera criatura, dependente, um ser inferior. Impressiona como uma tática tão antiga ainda encontre em nossos dias pessoas que dão crédito a tamanha bobagem. Foi justamente isso que Satanás, a antiga serpente, incutiu na mente dos nossos pais, no Jardim do Éden: a utopia de serem como Deus. O Senhor havia dito a Adão e Eva que poderiam comer de todos os frutos do jardim, menos os da árvore do conhecimento do bem e do mal, para que não morressem. Mas Satanás deturpou essa mensagem de Deus: “Então disse a serpente à mulher: Porque Deus sabe que no dia em que deles comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3.4-5 - grifo do autor).

O manancial de erros e distorção da verdade deriva da antiga serpente, o diabo. Em seu coração, primeiramente, brotou a ilusão de ser quem não era, e jamais poderia ser (Ez 28.14-17). Então, levado pelo orgulho, elevou-se em sua formosura e, por conta disso, sua sabedoria também foi corrompida. O texto bíblico diz o seguinte: “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitava as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me exaltarei, aos lados do Norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo e, contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is 14.13-15 - grifo do autor).

Infelizmente, como veremos a seguir, não são poucos que, ainda hoje, se deixam enganar pelos ardis do diabo, assim como aconteceu aos nossos pais, Adão e Eva, no Jardim do Éden.

Mais que homens bons, homens-deus

Witness Lee, fundador da Igreja Local, se pronunciou da seguinte maneira: “Até mesmo na criação de Deus há um quadro do desejo de Deus de dispensar-se para dentro do seu homem criado. Devo testificar que o meu único encargo e o meu único interesse é a economia de Deus. Deus quer dispensar a si mesmo dentro de nós para fazer-nos homens-deus, não homens bons. Um cristão não é meramente um homem bom, mas um homem-deus. Fomos feitos à imagem de Deus, com um espírito para recebê-lo para dentro de nós como nossa vida, nosso suprimento de vida e como tudo para nós para ser o nosso conteúdo, a fim de que sejamos homens-deus”1 (grifo do autor).

A sabedoria é um dos requisitos necessários para quem deseja o fruto do Espírito Santo e busca ser guiado por Ele (Gl 5.16,22). Mas, se fôssemos nos guiar pelo conteúdo do texto acima, chegaríamos à conclusão de que isso não é nada se comparado ao fato de o “propósito divino é que nos tornemos deuses”.

Heresia complicada

Witness Lee explica: “O que então está na nossa alma? O ego. O nosso ego está em nossa alma. Será que fomos impressionados com o fato de que todos os três seres: Adão, Satanás e Deus –– estão em nós hoje?
Somos bastante complicados. O homem Adão está em nós; o diabo, Satanás, está em nós; e o Senhor da vida, o próprio Deus. Portanto, nos tornamos um pequeno jardim do Éden. Adão representando a raça humana, a árvore da vida representando Deus e a árvore do conhecimento representando Satanás são as três partes do jardim do Éden; e agora todos eles estão em nós. Adão, o ego, está em nossa alma; Satanás, o diabo, está em nosso corpo; e Deus, o Deus trino está em nosso espírito”2.

O amado leitor está impressionado com esta espantosa declaração? Não é para menos! Como poderíamos embasar biblicamente que nos tornamos um pequeno jardim do Éden? Indubitavelmente, esta tarefa é bem mais complicada do que entender a natureza humana à luz da Bíblia, especialmente pelo fato de que esta não abona, em nenhuma de suas páginas, a doutrina Localista.

As Escrituras asseveram que não fomos comprados com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um Cordeiro imaculado e incontaminado (1Pe 1.18-19). Através de seu sacrifício, Cristo nos resgatou para si e, desde então, nos selou com o penhor do Espírito Santo em nosso coração (1 Co 1.22), nos fez templo de Deus, ou seja, habitação do Espírito (1 Co3.16). Aqueles que pertencem a Deus não podem ser de Satanás! Onde a luz chega, as trevas são totalmente dissipadas (Jo 1.4-5). O Espírito Santo conduz a igreja à santificação plena, ou seja, o nosso espírito, alma e corpo são conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2.13; 5.23). Adão não está em nossa alma, assim como Satanás não está em nosso corpo! Não há complicação na verdade! E devemos crer, sem reservas, no que a Bíblia ensina!

Criado à semelhança de Deus

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26).

O texto acima não declara, em nenhum momento, que o Senhor ofereceu divindade ao homem. O apóstolo Paulo advertiu a igreja a se “revestir do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24). Neste caso, a relação entre Deus e o homem, através da criação, é moral. É uma exortação à santidade cristã, ao despojo do velho homem que se contamina pela libidinagem do engano.

O texto fala, ainda, sobre deixar a mentira, as palavras torpes, o furto, a ira, a malícia, a blasfêmias etc. Paulo conclui dizendo que devemos ser benignos, perdoando-nos mutuamente assim como Deus nos perdoou em Cristo. O homem fora criado para desfrutar da eterna presença de Deus e este processo se inicia quando o homem nasce de novo, rejeita as obras do passado e toda sorte de impureza no presente (2Co 5.17), passa a andar segundo os parâmetros da ética divina, a seguir a justiça que encaminha para a vida (Pv 11.19) e a buscar a santificação sem a qual ninguém poderá ver o Senhor (Hb 12.14).

O apóstolo Paulo também aconselhou a igreja a “se revestir do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). Neste caso, a relação entre Deus e o homem, através da criação, é racional. A implicação aqui diz respeito à dependência da renovação espiritual (já mencionada em Ef 4.24) e ao conhecimento de Cristo. E, por fim, ao interesse “por conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.18-19).

Nosso empenho consiste em nos assemelharmos a Deus em amor como filhos amados (Ef 5.1).

Uma classe de deuses

“Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina...” (1Pe 1.4).

A natureza divina é o caráter de Deus. O Senhor requer que sejamos maduros na fé, que sejamos moldados conforme a sua vontade, para que nos tornemos participantes de sua natureza. Para tanto, devemos nos distanciar do mundo para nos aproximarmos do Senhor. O apóstolo Pedro descreve as qualidades que devemos possuir, como filhos de Deus e participantes de sua natureza: virtude, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e amor. Tais qualidades nos tornam ativos e frutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (1Pe 1.5-8).

Todavia, o texto sagrado não está dizendo que os crentes são absorvidos pela divindade. Cristo foi constituído herdeiro de tudo (Hb 1.2), e nós, como filhos do Senhor, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17), podendo, por intermédio do Senhor, usufruir das grandíssimas promessas e por elas nos tornarmos participantes da natureza divina. Àqueles que crêem ser “uma classe de deuses”, salientamos a reação de Paulo e Barnabé à atitude da multidão por causa da cura de um homem coxo na cidade de Listra. O povo os aclamou deuses, e ouviram o seguinte: “Ouvindo, porém, isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram suas vestes, e saltaram para o meio da multidão, clamando, e dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar e tudo quanto há neles” (At 14.8-15).

O deus interior

Os escritores da nova era aquariana exaltam terminantemente a posição humana ao divinismo. O padre Lauro Trevisan assinala que o desconhecimento desse ensino é o infortúnio do mundo: “A desgraça do mundo é a ignorância (...) Até esta era de peixes, provavelmente o homem tenha conseguido alcançar apenas a sua própria sombra. E passou a definir-se com base nesta sombra, daí o grande equívoco de considerar-se um minúsculo grão de areia, um ser inferior, um projeto inacabado, um pecador nato3. Jesus ensinou a usarmos o que hoje a ciência da mente reconhece que é uma lei infalível e universal: o que você pede, o que você pensa e deseja, o que você mentaliza, acontece, porque o subconsciente é acionado para executar. No âmago do subconsciente está o Pai, o Eu Superior”4.

Sim, um minúsculo grão de areia!

Não se trata de complexo de inferioridade, mas, sim, conhecimento de si próprio e de Deus, que nos habilita a nos colocarmos em nosso devido lugar. O salmista disse: “Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem para que o visites?” (Sl 8.4). “Faz-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil” (Sl 39.4). “Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosa são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles! Se as contasse, seriam em maior número do que a areia...” (Sl 139. 14,17-18).

Sim, um pecador nato!

“Certamente em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51.5). “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus!” (Rm 8.23).

Sim, somos pecadores. Mas também alvos do inseparável amor de Deus. É o que afirma o texto de Romanos 8.38-39: “Pois estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”.

Além de sermos alvos do infinito amor divino, temos o privilégio de possuir um advogado intercedendo em nosso favor: Jesus Cristo. É o que diz Romanos 5.8: “Deus provou seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). É muito saber que, como pecadores, temos um advogado junto ao Pai celestial, Jesus Cristo, o Justo. Que maravilha saber que o próprio Cristo apagou as nossas transgressões e delas não se lembra mais! (Is 43.25).

Nem infalível nem universal

Jesus não nos ensinou a usarmos a denominada “ciência da mente”, portanto não devemos ter nenhum envolvimento com esta filosofia, que não é infalível e muito menos universal.

Baseando-se inutilmente nas palavras do Senhor Jesus no Sermão da Montanha (“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”- Mt 6.6), padre Trivisan entende que o Pai, ou Eu superior, como se referem os adeptos na Nova Era, está em nosso íntimo e, por isso, somos divinos.

Apoiar tal raciocínio é promover o panteísmo, pensamento filosófico que ensina que Deus é tudo e tudo é Deus. Como cristãos, somos monoteístas, cremos na existência de um único Deus, pessoal, distinto do homem, mas não distante de nós (At 17.27). Impulsionados pelo Espírito Santo, devemos orar ao Pai, em nome de Jesus, para que o Pai seja glorificado no Filho (Jo 14.13-14).

Maririshi Mahesh Yogi, fundador da filosófica meditação transcendental, ramificação do hinduísmo, declarou: “Aquitetai-vos, e sabei que sois deuses”5. Tal presunção chega a ser hilária! Deus, o oleiro, criou o homem do pó da terra, e tem “poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra” (Rm 9.21). O Senhor é soberano e quer que experimentemos sua boa, agradável e perfeita vontade (Rm 12.2).

O que pedimos, pensamos ou desejamos só será possível com a permissão do Senhor! (Hb 6.3). O homem propõe, Deus dispõe!

Os deuses de amanhã

Os fiéis da seita mórmon crêem que Satanás falou a verdade quando ofereceu a divindade a Eva. E por isso esperam tornar-se deuses após a morte, além de ensinarem que há “muitos deuses, e os seres humanos podem vir a ser deuses e deusas no reino celestial”6. Um de seus profetas, James E. Talmage, ratifica: “Como o homem é, Deus foi, como Deus é, o homem poderá vir a ser”7.

A regra de fé mórmon, item oito, reza: “Cremos ser a Bíblia a Palavra de Deus, desde que esteja traduzida corretamente; cremos ser o Livro de Mórmon a Palavra de Deus”8. E fazem uso seletivo dos textos, pincelando o que lhes parece conveniente. Mas, ao analisarmos esses conceitos com as passagens bíblicas, concluímos que seu alicerce (das seitas) é frágil e fácil de ser demolido.

O homem perfeito

“Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48).

Argumentam os adeptos de seitas: “Daria Deus um mandamento que não pudesse ser guardado?” Absolutamente! E nós, os cristãos, questionamos: “O que denota a palavra perfeito nesse contexto bíblico?”. Resposta: “A palavra teleioi do texto, traduzida por perfeito, na verdade significa completo, maduro”.

Sobre Noé, está escrito que ele alcançou graça aos olhos do Senhor. Noé andava com Deus, era homem justo e perfeito em suas gerações (Gn 6.8-9). Sobre Jó, a Bíblia relata que ele era homem íntegro, perfeito, temente a Deus e sempre se desviava do mal (Jó 1.1). Noé e Jó não eram pecadores? (Rm 3.10, 23). Como pecadores podemos ser maduros, completos, mesmo com a nossa limitação humana. Voltando ao texto bíblico em pauta, o discurso de Jesus era um sermão cheio de princípios de santidade e amor. E esses detalhes deveriam ser visados pelos ouvintes (Lv 11.44, 1 Jo 3.14). Jesus queria o aperfeiçoamento dos discípulos para exercício do ministério e propagação do evangelho (Ef 4.13). Dizer que Cristo estava requerendo de seus discípulos perfeição nesta vida é colocar palavras na boca do Filho de Deus.

Foi Deus quem disse?

“Eu disse, vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo” (Sl 82.6).

Existe um anacronismo nessa interpretação, pois os mórmons acreditam que se tornarão deuses amanhã, ou seja, no futuro. Mas o texto claramente diz: “sois deuses”, e não “sereis deuses”.

Qual é o contexto desse salmo? Deus estava repreendendo os juízes por suas injustiças. O Senhor direcionou-se diretamente aos juízos humanos, uma vez que estavam atuando em seu lugar de maneira ímpia. O versículo sete diz: “Todavia morrereis como homens e caireis como qualquer dos príncipes”. O Senhor determinou o patético fim dos juízes, sua morte prematura. Com isso, lhes fez ver que a alta ocupação desempenhada por eles não podia lhes garantir a imortalidade.

Jesus lança o texto de João 10.35 aos seus delatores para evidenciar que eles não entendiam suas próprias Escrituras e, por isso, não estavam em condições de condená-lo por ter afirmado ser Deus. Como vemos, assim como os judeus, os mórmons também não entendem as Escrituras e não estão aptos para, através delas, justificar suas asseverações!

Não obstante os mórmons almejarem a divindade no futuro, eles, no entanto, não são muito afoitos para alcançá-las. Mesmo que sejam conformados em relação a esse assunto, suas esperanças, porém, não passam de fantasias. Sobre Satanás, Jesus afirmou o seguinte: “Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). O diabo não disse a verdade para Eva porque simplesmente não há verdade nele. Deus é espírito (Jo 4.24). Existe um único Deus verdadeiro (Dt 6.4, Is 43.10, 45.21). O Senhor Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb. 13.8) O grande Eu sou não muda! (Êx. 3.14, Jo 8.58). Nele não há mudança nem sombra de variação (Tg 1.17). O amanhã tão esperado pelos mórmons há de chegar e, com ele, a eterna frustração!

Homem é homem, Deus é Deus!

O profeta Ezequiel repreendeu o rei Tiro pela sua ambição: “Assim diz o Senhor Deus: Porquanto o teu coração se elevou e disseste: Eu sou Deus, sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares; e não passas de homem, e não és Deus, ainda que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus (Ez 28.2).

Os candidatos à divindade devem ter os atributos divinos do Altíssimo. Portanto, devemos fazer nossas as palavras de Jesus: “Qual dos pretendentes à divindade pode acrescentar, com todos os seus cuidados, um côvado à sua estatura?” (Mt 6.27).

Qual deles mediu na concha das mãos as águas, tomou a medida dos céus aos palmos, recolheu numa medida o pó da terra e pesou os montes com peso e os outeiros em balanças? Qual deles guiou o Espírito do Senhor ou, como seu conselheiro, o ensinou? (Is 40.12-13). Qual deles pode encher os céus e a terra, estar perto e ao mesmo tempo estar longe? (Jr 23.23-24). Qual deles conhece todos os corações e tem todas as coisas nuas e patentes aos seus olhos? (Hb 4.13).

Qual desses candidatos pode responder afirmativamente apenas uma só dessas perguntas?

Obviamente, tal pessoa não existe! Esses são atributos incomunicáveis de Deus. Resta ao homem apenas reconhecer a majestade e a soberania do Altíssimo! (Dn 4.35).

Estamos surdos à voz da serpente?

Não ignoramos que as aberrações doutrinárias, inspiradas por Satanás, extrapolam as coisas que a nossa mente poderia conceber. Contudo, abordamos a mais antiga e durável delas, que Satanás se manifestou na serpente para enganar e iludir Eva. Na verdade, o sábio rei Salomão, há muito já nos orientava quanto a isso ao dizer que “nada há de novo debaixo do sol. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará. Há alguma coisa que se possa dizer: Vê isto é novo? Pois já foi nos séculos passados que foram antes de nós” (Ec 1.8-9). Paulo manifestou seu temor dizendo que “assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também, de alguma sorte, poderiam ser corrompidos os nossos sentidos, ocasionando afastamento da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3).

O diabo, a antiga serpente, continuará falando e disseminando seus enganos. Mas nós, como eleitos de Deus, constituímos a verdadeira igreja do Senhor e, como ovelhas, temos Jesus como o nosso supremo Pastor. Ele nos chama pelo nome. E nós reconhecemos a sua voz (Jo 10.2-3). Todo aquele que preza a verdade ouvi sua voz (Jo 18.37).

A voz da serpente permanecerá ecoando pelo pouco tempo que lhe resta, e nós, como defensores da fé, devemos estar sempre preparados para responder com mansidão e temor àqueles que pedirem a razão da esperança que há em nós (1 Pe 3.15).Devemos estar surdos à voz da serpente e prontos a escutar o que Deus nos diz. Não devemos nos voltar para a insensatez (Sl 85.8).

Notas:

1 A economia divina. Witness Lee. Editora Árvore da Vida. Segunda edição revisada. 1990. p.19
2 A economia de Deus . Witness Lee. Editora Árvore da Vida. 5ª edição. 1996. pp. 219-220.
3 Aquários, a nova era chegou. Lauro Trevisan. 11ª edição, p. 49.
4 Os poderes de Jesus Cristo.
Lauro Trevisan, p. 234.
5 Meditations of Maharish Mahesh Yogi. New York. Bantam, 1968, p. 178 –– Cristianity in Crisis Hank Hanegraaff. Harvest House Publishers.
1997
6 Princípios do evangelho. IJSUD. 1988 pp. 9-11.
7 Regras de fé. James E. Talmage. IJSUD.
8 Regras de fé da igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias. Joseph Smith Jr. 1997.

 

Criação e Evolução - Dois pontos de fé: um em Deus e outro no acaso



Por Cláudia Aparecida Alves

Discorrendo sobre uma disciplina que lhe é familiar – a bioquímica – o professor Michael Behe, da Universidade Lehigh, Pensilvânia, EUA, demonstra em suas pesquisas que a teoria da evolução (que se propôs, no século XIX, a explicar a origem da vida por meio da seleção natural) não pôde resistir aos avanços científicos que desvendaram a complexidade do mundo celular.

Na obra A caixa-preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução, o autor afirma que o desenvolvimento do microscópio eletrônico, da cristalografia de raios x e da ressonância magnética nuclear revelaram os segredos da complexa estrutura molecular da vida que, na época de Darwin, não era ainda conhecida. Nas palavras de Behe: “talvez tenhamos de pagar um preço por este conhecimento. Quando escavamos alicerces, as estruturas que neles repousam são abaladas e, às vezes, desmoronam”.1

A partir de sistemas orgânicos irredutivelmente complexos – como o olho humano, a coagulação do sangue, o transporte celular – o autor revela que tais sistemas, descritos detalhadamente no livro, não podem ser produtos do acaso ou de mutações aleatórias, pois, se qualquer um dos seus componentes não existir, a função do sistema não seria alcançada, favorecendo sua extinção, e não uma suposta evolução, conforme os pressupostos evolucionistas.

De fato, existem inúmeros trabalhos científicos ressaltando o silêncio constrangedor da literatura científica sobre a origem dos mecanismos celulares e a inconsistência das tentativas de explicá-las. Indagamos: “Por que, então, a teoria da evolução ainda é a mais aceita e ensinada no meio acadêmico?”. As palavras do bioquímico podem nos nortear em busca desta resposta: “O dilema é que, enquanto um lado do elefante é etiquetado como planejamento inteligente, o outro poderia ser rotulado como Deus”.2

Na realidade, qualquer evolucionista que aceitar o planejamento da criação por um ser superior poderá sentir-se frustrado, pois os mecanismos usados na produção da vida estarão para sempre fora do seu alcance. Desde a publicação de A origem das espécies houve choque entre cientistas e teólogos, o que gerou uma lealdade à disciplina científica que a coloca acima do objetivo a que deveria servir. E corrobora para isso o fato de que muitos cientistas não querem que seus conhecimentos, fruto de anos de dedicação, sejam confrontados com um conhecimento além da natureza, isto é, não desejam que um ser sobrenatural afete a natureza.

Numa época em que as publicações científicas procuram cada vez mais desacreditar as Escrituras Sagradas, vemos, com satisfação, que o conhecimento científico chegou a um impasse sobre a origem da vida e que algumas pessoas começam a reconhecer que as respostas podem estar no âmbito da teologia.

Nesta matéria, analisaremos, com franqueza, os fundamentos históricos e científicos da chamada “teoria da evolução”. Será que resistem?

A teoria da evolução

Em 1859, Charles Darwin publicou sua obra intitulada Sobre a origem das espécies. Em 1872, já na sexta edição, o título foi mudado para A origem das espécies. Com esta obra, a teoria da evolução saiu do anonimato e entrou no cenário das idéias brilhantes. Darwin defendia que as modificações adaptativas das espécies eram provenientes de um mecanismo de seleção natural, e que essa seleção natural, ocorrendo por muitas vezes, era capaz de gerar novas espécies e de extinguir outras.

Para os humanistas e naturalistas da época, este raciocínio permitia explicar a origem da imensa quantidade de espécies de organismos vivos observados em toda a terra. Assim, em apenas trinta anos, as idéias de Darwin foram aceitas e difundidas, mesmo sem haver provas científicas adequadas que as comprovassem. A “antiga serpente” está sempre seduzindo a mente humana, oferecendo-lhe “conhecimento” enganoso. As artimanhas para infiltrar na humanidade os conceitos evolutivos vêm desde a antiga Babilônia, Egito e Grécia. No tempo de Darwin, o palco estava montado. Os pensadores queriam mais do que nunca uma explicação, em termos naturais, para a origem da vida e sua variedade.

Darwin formou-se em teologia, mas seu avô, Erasmo Darwin, era um evolucionista famoso, o que certamente contribuiu para que ele rumasse para o naturalismo. Também em 1809, um pouco antes das idéias de Darwin se tornarem conhecidas, Jean Baptiste Lamark tinha proposto que mudanças no meio ambiente eram capazes de modificar os organismos para que se adaptassem às novas condições, e que essas mudanças poderiam ser transmitidas às futuras gerações. Todavia, as idéias de Lamark não resistiram ao método científico e foram abandonadas.

A diferença entre Darwin e seus antecessores é que ele argumentava em cima da chamada seleção natural, a qual somente os mais aptos sobrevivem. A partir de 1930, conhecimentos acumulados sobre mutações reforçaram as idéias de Darwin e assim surgiu a Teoria Sintética da Evolução (neodarwinismo), que afirma que o processo evolutivo é regido, principalmente, por mutações e seleção natural.

Em 1936, o russo A. I. Opárin publicou o livro A origem da vida, que foi aceito pela comunidade científica por julgarem que nele havia pensamento claro e defensável sobre como se originou a vida na terra. Opárin sugeriu que a seleção natural, proposta por Darwin para explicar a evolução orgânica das espécies, começou atuar já no plano molecular no chamado caldo primordial de onde, supostamente, teria surgido a primeira vida. Os agregados coloidais, formados por aglomeração de moléculas do caldo, competiam entre si pelas moléculas livres do meio e os agregados mais aptos, em termos de arranjo interno e composição química, prevaleciam sobre os demais. Eis aí as bases da chamada evolução química.

Os pensamentos de Darwin e Opárin colocaram um ponto final no desconforto da comunidade científica por não ter uma resposta racional sobre a origem da vida e sua imensa variedade. A resposta dos mestres da ciência tem como base a obra do acaso. A criação sobrenatural passa a ser de domínio dos ignorantes do povo, dos sem imaginação, dos fracos e dos religiosos.

Existem provas confiáveis do processo evolutivo?

As provas de que dispõem os evolucionistas são baseadas em análises de fósseis e em estudos filogenéticos relacionados à anatomia e fatores bioquímicos das espécies. As provas, se é que podemos tratá-las assim, são frágeis e envoltas em contradições, equívocos e até fraudes. As provas bem intencionadas usadas para demonstrar que a evolução das espécies é verdadeira também são questionáveis em relação à sua validade.

O documentário fóssil comprova que no passado houve formas de vida bem diferentes dessas que são observadas no presente. Por conta deste fato, os evolucionistas buscam nos fósseis a descoberta de formas de vida que apresentem características transitórias entre uma espécie ancestral e outra que possa estar um passo evolutivo adiante. Mesmo com tantos esforços para comprovar a evolução das espécies com um achado fóssil de peso, até agora nada se tem que possa ser considerado “prova incontestável”. Como certa vez declarou G.K. Chesterton, “os evolucionistas parecem saber tudo acerca do elo perdido, a não ser o fato de que ele está perdido”.

De fato, os elos perdidos, fósseis de criaturas apresentando características do ancestral e da forma evoluída, continuam perdidos. Aliás, se esses animais transitórios tivessem existido realmente, seriam verdadeiras fábulas vivas. É preciso muita fé para acreditar neles, uma vez que não se tem nenhum vestígio confiável desse tipo de vida.

Nos estudos de semelhanças anatômicas entre as diferentes espécies nada pode ser considerado conclusivo. Uma vez que para usar esses argumentos como evidências da evolução seria necessário que a própria evolução fosse comprovada ou, do contrário, é o mesmo que andar em círculos. A semelhança entre um homem e uma criança não serve como prova de paternidade, o que pode ocorrer, mediante tal observação e o depoimento da mãe, é que surja uma suspeita de paternidade. Essa suspeita tem de ser provada por meio de exame apropriado ou, do contrário, a semelhança não passa de semelhança.

Ainda dentro do conjunto de provas relacionadas à anatomia, os evolucionistas citam os chamados órgãos vestigiais que, para eles, são heranças de antepassados evolutivos. Classificam como vestigial os órgãos que aparentemente não possuem nenhuma função no organismo. O apêndice e o cóccix humano são considerados vestigiais pelos evolucionistas. O primeiro porque deixou de ser usado por não se comer mais carne crua e alimentos mais duros e o segundo, alegam, que é vestígio da cauda de antepassados que a possuíam. Entretanto, atualmente são atribuídas funções para esses dois órgãos, mas pouco se fala a esse respeito. O fato de não se entender muito bem o papel de um órgão não faz dele um órgão vestigial. Esse tipo de erro já foi observado antes na história da ciência. Quando todos os órgãos endócrinos e linfáticos foram considerados vestigiais.

As provas bioquímicas estão relacionadas à análise das proteínas presentes nos mais variados organismos. Duas espécies são consideradas parentes próximos quanto maior for a semelhança entre suas proteínas, isso porque uma proteína é um polímero de aminoácidos e a seqüência desses aminoácidos é determinada pela leitura do gene que a codifica. Um gene é um pedaço do DNA que possui a receita para que uma proteína seja feita ou expressa. No DNA de uma espécie existem muitos genes. Dizer que o conjunto de proteínas de dois organismos são semelhantes é o mesmo que dizer que seus DNA são semelhantes e, na visão evolucionista, isso é sinal de que houve um ancestral comum. O problema dessa classe de argumentos está no fato de que espécies que não deveriam mais apresentar semelhança protéica, devido à suposta distância evolutiva, as apresentam. Por exemplo, a hemoglobina da lampreia, que é um peixe, é muito parecida com a humana. O mesmo se observa em relação à clorofila de plantas e à nossa hemoglobina.

Como se vê, não há provas capazes de proteger a teoria da evolução de perguntas embaraçosas e críticas plausíveis por parte de opositores. Muitas vezes, os ataques e as críticas vêm do próprio meio evolucionista que não consegue concatenar a teoria com provas empíricas. Um exemplo relevante foi o que ocorreu no dia 5 de novembro de 1981 envolvendo o respeitado paleontólogo e evolucionista Collin Patterson, do Museu de História Natural de Londres. Patterson chocou os cientistas americanos reunidos no Museu Americano de História Natural ao perguntar para sua platéia: “Vocês podem me dizer alguma coisa sobre a evolução, qualquer coisa que seja verdade?”. Dizem que a platéia ficou muda, mas não ficou parada porque Patterson moderou seu discurso em relação à teoria da evolução. Para manter essa teoria viva, os evolucionistas precisam fazer vistas grossas para os próprios erros e reprimir opiniões divergentes até que se encontre “a prova”. O problema é que esta busca pode durar para sempre.

A história do homem e do macaco

Era uma vez um macaco muito sabido que de tão sabido virou “gente”, mudou sua aparência, seu modo de agir e esqueceu de seus antigos parentes macacos. Construiu uma família que se tornou numerosa e dominou toda a terra. Após ter passado muito tempo, os descendentes desse “macaco” querem saber como ele era, mas a tarefa tem sido árdua, pois tudo o que sabem dele é que era meio macaco meio homem. A partir daí, o que vale é a imaginação dos descendentes do “macaco”. Vejamos as mais famosas:

1. O Homem de Nebraska: teve sua imagem reconstituída a partir de um dente com idade estimada de um milhão de anos. Após quatro anos e meio, descobriu-se que aquele dente na verdade pertencia a uma espécie de porco já extinta.

2. O Homem de Java: foi imaginado a partir de um fêmur, uma caixa craniana e três dentes molares. O mais interessante é que esses itens não foram encontrados no mesmo local e ao mesmo tempo. O fêmur foi encontrado a quinze metros da caixa craniana. Um dos dentes foi encontrado a três quilômetros do fêmur e do crânio. E, para completar o quadro, o dr. Dubois, que descobriu o material, esqueceu de mencionar em seu relatório que também encontrou restos mortais humanos na mesma camada de escavação. Ele se lembrou deste fato após ter passado trinta anos.

3. O Homem de Neanderthal: foi reconstituído a partir de um crânio quase completo descoberto em 1848 e um esqueleto parcial em 1856. Muitos estudiosos dizem que o Neanderthal era tão humano quanto qualquer um de nós. As diferenças do esqueleto são atribuídas ao fato de pertencer a um homem velho que sofria de raquitismo. Esse detalhe foi comprovado com novos achados fósseis, pois os Neanderthais sepultavam seus mortos.

4. O Homem de Cro-Magnon: segundo o dr. Duane T. Gish, professor de ciências naturais e apologética, o chamado Homem de Cro-Magnon passaria despercebido por nossas ruas se usasse a moda corrente, ou seja, nele não há nada de símil.

5. O Homem de Piltdown: foi uma fraude forjada por Charles Dawson a partir de um fragmento de maxilar, dois dentes e um fragmento de crânio. A fraude foi descoberta quarenta anos mais tarde.

Dificuldades que cercam a origem da vida na versão evolucionista

Stanley Miller ficou famoso ao publicar, em 1953, os resultados de sua experiência, realizada sob as condições da suposta atmosfera primitiva. A atmosfera primitiva, proposta no experimento de Miller, era composta por vapor d’água, metano, amônia e hidrogênio, na total ausência de oxigênio livre, pois ele sabia que o oxigênio impediria a formação das grandes moléculas orgânicas. Sob estas condições, Miller relatou que obteve formação de alguns aminoácidos. Entretanto, não existem provas de que a atmosfera primitiva fosse isenta de oxigênio livre.

Outra dificuldade para a formação da vida ao acaso está na matemática. A probabilidade estatística não é favorável à teoria da evolução. Segundo a Lei de Borel, um evento que tenha 1 chance entre mais que 1050 chances simplesmente não ocorre. Por exemplo, a probabilidade de que uma proteína de cinqüenta aminoácidos seja formada casualmente é de 1 chance entre 1065 chances, o que não é viável matematicamente. O que dizer então do complexo código genético que possui a probabilidade de ter sido formado ao acaso de uma chance em 101505 chances (o número 1 seguido de 1505 zeros)?

A Segunda Lei da Termodinâmica diz que tudo tende ao caos, à desordem e à deterioração. A teoria da evolução afirma justamente o contrário, ou seja, que moléculas simples foram gradativamente tornando-se estruturas cada vez mais complexas e ordenadas. O problema da tendência à desordem pode ser contornado se houver fornecimento de energia externa ao sistema. Em organismos vivos já estruturados, como os atuais, existem mecanismos que compensam essa tendência à desordem transformando a energia solar em energia química. As plantas convertem a luz solar em energia química, os animais comem as plantas e aproveitam sua energia armazenada. Esse ciclo de dependência energética é chamado de cadeia alimentar. Seres tão primitivos como a primeira vida não dispunham de mecanismo de captação e conversão de energia solar. Para contornar essa dificuldade, os evolucionistas apelam para o processo fermentativo, que é bem mais simples do que a captação de energia externa, mas mesmo a fermentação seria algo muito complexo para a primeira vida formada ao acaso.

Uma teoria com força de Lei

Apesar de a teoria da evolução apresentar tantas dificuldades e paradoxos, ela mantém o status de ser a teoria oficialmente aceita pela comunidade científica para explicar a origem da vida e sua diversidade. Todas as crianças, adolescentes e jovens são doutrinados nas escolas com essa teoria. Suas supostas evidências são ensinadas como se fossem provas estabelecidas e bem trabalhadas, o que muitas vezes confunde a fé da juventude cristã no Deus Criador. Diante disso, é importante ressaltar que, assim como o criacionismo, o evolucionismo também baseia suas conjecturas na fé. Fé no acaso, pois tudo o que defendem são suposições que, em circunstâncias primordiais ou normais, jamais poderiam ocorrer.

Se é racional pensar que dos peixes surgiram os anfíbios, dos anfíbios os répteis, dos répteis as aves e os mamíferos, por que não é racional pensar que Deus criou o homem do pó da terra? No mundo físico, nenhuma dessas posições pode ser provada, portanto, ambas são pontos de fé. Entretanto, ridicularizam o criacionismo e geram um sentimento de vergonha, principalmente nos estudantes cristãos, que passam a rejeitar “Adão e Eva” e a aceitar a idéia do homem-macaco. Não há nada de vergonhoso em acreditar no criacionismo, pelo contrário, é motivo de grande alegria. O criacionismo escolhe acreditar que Deus é o criador de todas as coisas, inclusive da vida. O evolucionismo acredita na obra do acaso que vai transformando uma forma de vida em outra, num processo cego e sem nenhum objetivo final. Ademais, a evolução das espécies é somente uma teoria.

Uma teoria é um conjunto de idéias estruturadas que interpretam fatos. Fatos são situações observadas em nosso mundo físico. Os evolucionistas argumentam que o processo evolutivo é um fato e que resta apenas estabelecer como se deu este fato. Mas a verdade é que não possuem fatos em si, o que possuem são interpretações usadas como fato. Para se afirmar algo usando a metodologia científica é preciso primeiro observar e registrar os fatos. Depois é preciso fazer uma generalização baseada nas observações. Em seguida, formula-se uma hipótese para predizer os fatos do mundo real. Após muitos experimentos, que confirmem os fatos preditos, surge uma teoria. Se a teoria resistir ao tempo e a novos experimentos, pode passar à lei científica. Entretanto, somente a evolução dentro de uma mesma espécie (microevolução) pode ser demonstrada pela metodologia científica. A evolução entre as diferentes espécies (macroevolução), proposta por Darwin e mantida por seus seguidores, não pode ser provada pelo método científico, no entanto, é chamada de teoria.

A criação é obra de Deus

Deus criou toda a realidade existente com um ato de sua vontade a partir do nada (criação ex nihilo). Em Romanos 4.17 está escrito que Deus “chama à existência as coisas que não existem”. Muitas outras afirmações semelhantes a esta são encontradas no Novo Testamento. No momento da criação não havia matéria preexistente, nada foi adaptado ou moldado, tudo foi original. Deus planejou e executou seu plano e a obra criada agradava a Deus, pois tudo foi declarado por Ele como sendo bom (Gn 1.1-31). O propósito das passagens bíblicas a respeito da criação não é dizer como Deus executou seu projeto, mas sim que foi Ele o seu autor e executor. Este ponto de fé a ciência não tem como substituí-lo.

Para um criacionista existem a fé, a Bíblia e a grandiosidade da realidade física criada por Deus. Não há como demonstrar satisfatoriamente um ponto de fé com provas físicas, mas muitas vezes a realidade ampara a fé e é isto que vemos no caso da criação. A grandeza e a complexidade da vida podem ser vistas em toda a terra. O corpo humano esbanja detalhes. Como explicar a obra do acaso analisando a sofisticação de órgãos como o cérebro, o olho e o ouvido? O cérebro humano é tão complexo que mesmo com toda a tecnologia moderna, somente uma pequena parte de seu funcionamento é compreendida. E o que dizer das diferentes formas de vida com tanta variedade de estrutura? Não há espaço para a ação do acaso na origem da vida, tudo foi planejado nos mínimos detalhes por Deus, o Criador. A primeira afirmação da Bíblia está em Gênesis 1.1 e nela está escrito: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. No Salmo 148.5 a Bíblia ensina que Deus deve ser louvado como o Criador.

Para os cientistas evolucionistas esse tipo de argumentação não significa nada, entretanto, não usam, a rigor, o método científico ao tentar provar a evolução das espécies e a origem da vida. A ciência se apóia na realidade, nos fatos e nas provas físicas e, seguindo estes parâmetros, o bioquímico Behe e outros sérios cientistas já classificam a teoria da evolução como uma teoria ultrapassada. Os cientistas precisam provar o que pensam e ensinar como verdade somente o que provam, inclusive os evolucionistas. Se não há fatos físicos nem provas, tudo não passa de idéias, nós, portanto, seguimos o conselho do apóstolo Paulo a Timóteo, quando disse: “Guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé” (1Tm 6.20).

Treze perguntas para os evolucionistas responderem

Algumas pessoas sinceras, mas mal encaminhadas, pensam que a evolução é uma teoria razoável para explicar as questões do homem e do Universo. A evolução não é uma teoria, é um tipo de religião pagã disfarçada de ciência.

1. De onde veio o espaço para o Universo e a matéria?

2. De onde vieram as leis do Universo – lei da gravidade, inércia etc.?

3. Como pode a matéria estar tão perfeitamente organizada? De onde veio a energia para organizar tudo?

4. Quando, onde, por que e como a vida se originou de matéria morta?

5. Quando, onde, por que e como a vida aprendeu a reproduzir-se?

6. O que fez a primeira célula capaz de reprodução sexual reproduzir-se?

7. Como podem as mutações (recombinando o código genético) criar uma nova e melhorada variedade? (Recombinar letras inglesas nunca iria produzir um livro chinês).

8. Quando, onde, por que e como:

a. Anfíbios se transformaram em répteis?

b. Os répteis se transformaram em pássaros? (os pulmões, ossos, olhos, órgãos reprodutores, coração, método de locomoção e pele são todos diferentes!) Como viviam as formas intermediárias?

9. Quando, onde, por que e como:

a. Evoluíram as baleias, os cavalos-marinhos e os morcegos?

b. Evoluíram os olhos e os ouvidos?

c. Evoluíram os cabelos, pele, penas, escamas, unhas, garras etc?

10. O que evoluiu primeiro? Como e em quanto tempo funcionou sem os outros?

a. O impulso para reproduzir ou a habilidade para reprodução?

b. Os pulmões, a mucosidade que os protege, a garganta ou a perfeita mistura de gases respirada pelos pulmões?

c. As plantas ou os insetos que se mantiveram vivos e polinizaram as plantas?

d. Os ossos, ligaduras, tendões, circulação ou músculos para mover os ossos?

e. O sistema imunológico ou a necessidade dele?

11. Quando, onde, por que e como o homem desenvolveu sentimentos e pensamentos — amor, piedade, culpa etc? (estas capacidades jamais evoluiriam conforme a “teoria da evolução”).

12. Considerando que existem mais de uma dezena de correntes evolucionistas, a qual delas você pertence?

13. Você acredita honestamente que tudo veio do nada?

Após responder a estas treze perguntas, considere cuidadosamente as perguntas seguintes:

1. Você está seguro de que suas respostas são racionais, corretas e cientificamente comprováveis? Ou crê que simplesmente as coisas aconteceram como você acabou de responder? Estas respostas refletem sua religião ou a ciência?

2. Suas respostas dependem de uma fé semelhante à de uma pessoa que diz “Deus deve ter projetado isto”?

3. É possível que um Criador inadvertido desenhou este Universo? Se Deus é excluído do princípio da discussão por sua definição de ciência, como poderia ser mostrado que Ele criou o Universo considerando a suposta verdade cristã de que Ele realmente o criou?

4. É sábio e justo apresentar a evolução aos estudantes como fato?

5. As pessoas aceitam a evolução devido a quais destes fatores:

a. Foi o que elas aprenderam sem questionar durante toda a vida.

b. Elas gostam da liberdade de Deus, sem compromisso com qualquer espécie de moral absoluta.

c. Elas se unem para apoiar a teoria com medo de perder o seu trabalho ou status.

d. Elas nutrem um orgulho intelectual que as impedem de admitir que estão equivocadas.

6. Devemos continuar usando evidências antigas, desaprovadas, inconclusivas e incorretas para apoiar a teoria da evolução porque não temos um substituto convincente? (Homem de Piltdown, Homem de Java, Homem de Neanderthal etc).

7. Deve-se permitir aos pais exigir que a evolução não seja ensinada como fato no sistema escolar, a menos que se ensine ao lado de outras teorias de origens (como a criação divina)?

8. Você não se cansa de ter fé num sistema que não é verdadeiro? Não seria melhor conhecer a Deus que o fez e aceitar seu amor e perdão?

9. O que você está arriscando se você estiver errado? (um renomado opositor do criacionismo considerou: “Existe um Deus ou não? Ambas as possibilidades são assustadoras!”)

LAMARCK

As girafas ancestrais provavelmente tinham pescoços curtos. Para alcançar a folhagem das árvores, de que se alimentavam, tinham que esticar o pescoço.

Pelo fato de esticarem sempre o pescoço para atingir a folhagem das árvores, o pescoço alongou-se. Essa característica adquirida era transmitida aos seus descendentes.

Finalmente, o contínuo esticamento do pescoço deu origem às girafas atuais. Portanto, pelo uso ou desuso e pela transmissão das características adquiridas houve a evolução.

DARWIN

As girafas ancestrais provavelmente apresentavam pescoços de comprimentos variáveis. As variações eram hereditárias.

A competição e a seleção natural levaram à sobreviência dos descendentes de pescoços longos, uma vez que estes conseguiam alimentar-se melhor do que as girafas de pescoços curtos.

Finalmente, apenas as girafas de pescoços longos sobreviveram à competição. Portanto, pela seleção natural ocorreu a evolução.

Nove dicas para alunos cristãos em salas de aula

Por Paul S. Taylor, da Eden Communications
Tradução de Avelar Guedes Junior


1. Antes de fazer uma apresentação em sala de aula ou um relatório sobre a criação de Deus, informe-se ao máximo sobre o criacionismo e os problemas envolvidos com o evolucionismo.

2. Em muitas escolas públicas há um forte sentimento contra a expressão de crenças religiosas cristãs em sala de aula. Os alunos têm mais liberdade que os professores neste aspecto. Todavia, na sala de aula, os alunos são mais prudentes quando limitam os seus comentários a fatos científicos, ao invés de tratar de informações bíblicas ou de crenças religiosas. Mesmo porque a própria ciência não é capaz de amparar o evolucionismo.

3. Não se surpreenda se não for bem tratado numa escola pública quando discutir sobre criacionismo. Fique preparado para lidar com tal tratamento com uma atitude cristã apropriada. É uma triste realidade que muitos professores e administradores são muito preconceituosos e ignorantes neste assunto — o que é compreensível — já que, na maior parte dos casos, toda a sua educação (do ensino fundamental até o superior) foi totalmente parcial nesta matéria.

4. Lembre-se de que os alunos se encontram sob a autoridade do professor, mesmo que estes sejam contrários ao cristianismo. Alunos cristãos têm a responsabilidade de respeitar a autoridade do seu professor e ser sempre corteses e respeitadores, mesmo se eles não concordarem sobre o assunto evolução.

5. Para uma melhor relação aluno-professor, mantenha o bom humor nesta situação e seja objetivo. Fique “grudado” aos fatos. Uma atitude cristã deve ser de amor e sensibilidade para com todos, inclusive aos professores. Não recorra a discussões acaloradas ou ofensas verbais. Não menospreze a crença do professor. Faça comentários e perguntas de um modo sensível que despersonalize o assunto. É muito improvável que envergonhar o professor diante da sala traga os resultados desejados! As informações devem ser apresentadas com uma atitude de boa vontade e de sincero respeito. É mais fácil aos professores responderem favoravelmente a um aluno bom e estudioso que está simplesmente buscando respostas francas que a um aluno que parece hostil, despreparado, ou com ar de “sabe-tudo”.

6. Empreste ao seu professor um bom livro sobre o assunto, especialmente um que mantenha a objetividade cientifica. Vários livros críticos do evolucionismo escritos por evolucionistas também são de interesse. O uso destes evita fazer o assunto parecer uma guerra santa.

7. Lembre-se de que os professores, situações e salas de aula não são os mesmos. O que pode funcionar com um professor ou escola pode não dar certo com outros.

8. Tenha em mente que o principal propósito de um aluno ir à escola é aprender, e não testemunhar. Mas os alunos devem permanecer abertos à liderança do Espírito Santo. Há muitas histórias emocionantes de como alunos fizeram questionamentos ou deram informações que, no final, produziram grandes mudanças na vida dos professores.

9. A oração é o ingrediente mais importante nos feitos humanos. Certifique-se de que os esforços em sala de aula estão alicerçados em tempo gasto em oração. PAIS: Aproveitem esta oportunidade para orar com o seu filho pela sua carreira cristã, atitudes e fidelidade.

Quem disse que todo cientista crê no evolucionismo?

Algumas invenções e descobertas notáveis

desenvolvidas por cientistas criacionistas:

 Francis Bacon (1561—1626) - Método científico

 Blaise Pascal (1623—662) - Barômetro

 Isaac Newton (1642—1727) - Lei da gravidade

 David Brewster (1781—1868) - Caleidoscópio

 Michael Faraday (1791—1867) - Gerador elétrico

 Samuel F. B. Morse (1791—1872) – Telégrafo

Charles Babbage (1792—1871) - Calculadora

 Joseph Henry (1797—1878) - Motor elétrico

 James Simpson (1811—1870) - Clorofórmio

 Louis Pasteur (1822—1895) - Lei da biogênese,

controle de fermentação, pasteurização etc.

 Lord Kelvin (1824—1907) - Balança de temperatura absoluta

 William Ramsay (1852—1916) - Gases inertes

Obs: Nem todos os cientistas supracitados foram ortodoxos em relação às crenças cristãs, entretanto, todos eles foram criacionistas.

Referências bibliográficas:

Bíblia de estudo de Genebra. Editora Cultura Cristã.
Bíblia Apologética. ICP – Instituto Cristão de Pesquisas
Introdução à Teologia Sistemática. Millard J. Erickson. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova
A origem da vida. George Wald. Artigos do Scientific American.
A Base molecular da vida: uma introdução à biologia molecular. Editora da Universidade de São Paulo
Físico-Química. P. W. Atkins. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora
Biologia molecular básica. Arnaldo Zaha (Coordenador).
Editora Mercado Aberto
The emerging conceptual framework of evolutionary developmental biology.
Nature. Wallace Arthur
Secret life of genes. Günter TheiBen: Nature
Site de consulta: http://ssilva777.tripod.com.br

Notas:

1 A caixa-preta de Darwin: o desafio da bioquímica à teoria da evolução. Michael Behe. Ciência e Cultura, p.13.
2 Ibid. p. 235.

 

As seitas que usurpam o Espírito Santo


Por Paulo Cristiano, do CACP

Quando falamos do Espírito Santo, estamos, na verdade, nos referindo a uma das três pessoas da santíssima Trindade. Dessa forma, o colocamos, automaticamente, em pé de igualdade com as demais pessoas da Divindade, ou seja, o Pai e o Filho.

Contudo, se o Espírito Santo é divino, atributo que lhe confere plenos poderes, como poderia alguém usurpar algo de Deus? Isso é o que propomos nesta matéria, ou seja, apresentar aos leitores alguns usurpadores de Deus. Neste caso, conforme pretendemos abordar, a vítima é o Espírito Santo.

Definição da palavra espírito

O termo “espírito”, tanto no hebraico, rûah, como no grego, pneuma, denota primariamente “vento”, “respiração” e, especialmente, “espírito” que, assim como o vento, é invisível, material e poderoso. Mas as palavras rûah e pneuma podem referir-se também ao espírito humano, aos anjos e a Deus. Neste último caso, possui uma conotação especial, por tratar-se do Espírito eterno (Hb 9.14).

A função do paracletos

A doutrina sobre o Espírito Santo é um dos pilares do verdadeiro cristianismo. Na teologia, essa doutrina é denominada de pneumatologia ou paracletologia, por ser a disciplina cujo objetivo é o estudo sistemático do Espírito Santo, seus dons, seu ministério e sua origem.

Para efeitos didáticos, a pneumatologia pode ser dividida em dois períodos: o do Antigo e o do Novo Testamento. No primeiro, as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas, específicas e em tempos distintos. No segundo, começa no dia de Pentecostes, quando suas atividades se concretizam direta e continuamente na Igreja, por meio do cristão. No Antigo Testamento, as pessoas tinham um conhecimento limitado do Espírito Santo, pois os judeus o enxergavam como um poder impessoal, vindo da parte de Deus. Todavia, no Novo Testamento essa idéia foi aclarada quando Ele se manifestou, de modo pessoal, racional e direto, ainda que invisível.

As seitas usurpam o Espírito Santo

Muitos críticos liberais, como também muitas seitas em suas mais variadas categorias, têm feito severos ataques à religião cristã e, como conseqüência, doutrinas tradicionais da Bíblia têm sido redefinidas de acordo com essa “cosmovisão adulterada”. Um exemplo do que estamos comentando é justamente a doutrina do Espírito Santo, que tem sido constantemente atacada e, quando não, seqüestrada de modo vergonhoso, como veremos a seguir.

Basicamente, são duas as áreas nas quais as seitas atacam e subtraem algo do Espírito Santo. A saber: seus atributos e cargos. Vejamos:

Usurpam sua personalidade

Alguns teólogos liberais já não acreditam que o Espírito Santo é uma pessoa. Não traduzem Gênesis 1.2 como: “... e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”, mas alteram a tradução para: “um vento poderoso que varria a superfície das águas”, redefinindo o texto bíblico e adaptando-o às suas concepções contrárias ao sobrenatural.

Um outro exemplo para o qual podemos apelar encontra espaço no malabarismo doutrinário empenhado pela Sociedade Torre de Vigia (STV), das testemunhas-de-jeová. Estamos falando da obsessão do grupo em aniquilar a personalidade do Espírito de Deus. Acerca da ocasião em que houve o batismo com o Espírito Santo, no dia de Pentecostes (At 2), quando os crentes, reunidos, foram cheios do Espírito Santo, as testemunhas-de-jeová chegam a questionar, com um “ar de anedota”: “Ficaram eles ‘cheios’ de uma pessoa?”. É lógico que a STV possui a resposta: “Não, mas ficaram cheios da força ativa de Deus”.1

Esse tipo de indagação ocorre devido à falta do verdadeiro entendimento acerca da palavra prosõpon (pessoa), que tem no grego um sentido bem diferente do que nós entendemos hoje, ou seja, “aparência exterior visível de um ser humano, animal ou coisa”. Os gregos associavam o termo prosõpon a manifestações visíveis. Atrelados a este conceito, tanto para os teólogos liberais quanto para algumas seitas, o Espírito Santo é sempre algo e não alguém. A mudança de significado é que resultou em toda esta confusão, pois sabemos que uma pessoa não tem, necessariamente, de possuir uma aparência exterior visível, aliás, as próprias testemunhas-de-jeová reconhecem que os demônios são pessoas, embora sejam, assim como o Espírito Santo, invisíveis.

Mas o que vem a ser uma personalidade, como a entendemos? Há três atributos que revelam uma personalidade: o intelecto, a vontade e o sentimento. O intelecto faz que Ele fale, pense, raciocine e determine; a vontade mostra que Ele faz o que quer, como quer e quando quer; já o sentimento lhe dá a sensibilidade de quem ama, geme, chora e intercede. Estas verdades encontram apoio em inúmeros textos sagrados (Cf. Gn 6.3; Jo 3.6; 14.26; 16.13; At 5.32; 7.51; 8.29,39; 10.19; 13.2-4; 15.28; 16.6,7; 20.23; Rm 8.14, 16; 8.26; 15.30; 1Co 12.11; Gl 4.6; 5.18; Ef 4.30; Tt 3.5; Ap 2.7, 11, 17; 22.17).

Incontestavelmente, o Espírito Santo é uma pessoa!

Usurpam sua divindade

Assim como as testemunhas-de-jeová, as demais seitas unitaristas também não acreditam que o Espírito Santo é Deus. Dizem elas: “O Espírito Santo não passa de uma força ativa que Jeová usa para seus propósitos”. Ele não é Deus. Mas os exemplos não param por aí. A Fé Mundial Bahaí afirma que o Espírito Santo é uma energia divina de Deus que concede poder a cada manifestação. Alguns eruditos muçulmanos vêem o anjo Gabriel como o Espírito Santo. Para os judeus o Espírito Santo é um outro nome para a atividade de Deus na terra. O espiritismo o entende como uma “falange de espíritos”. Para os adeptos da Nova Era o Espírito Santo é uma força psíquica. Etc...

Contudo, a Bíblia apresenta o Espírito Santo com os mesmos atributos divinos: onipotência, onipresença e onisciência (Cf. Jó 26.13; 33.4; Sl 139.7-10; Ez 11.5; 37.14; Zc 4.6; Mt 12.28; Lc 1.35, Jo 14.17; At 2.4; 5.1-5; 20.28; Rm 8.11; 15.16,19; 1Co 2.10,11; 3.16; 6.19; 2Tm 1.14; Hb 9.14; Tg 4.5; 1Pe 1.2; 1Jo 2.20; 5.6).

Incontestavelmente, o Espírito Santo é Deus!

Usurpam seu gênero

O reverendo Moon dispara o seguinte impropério sobre o Espírito Santo: “Contudo, somente um pai não pode ter filhos. Deve haver uma Verdadeira Mãe com o Verdadeiro Pai, a fim de darem nascimento aos filhos decaídos como filhos do bem. Ela é o Espírito Santo [...] Há muitos que recebem revelações indicando que o Espírito Santo é um Espírito feminino; isto é, porque ela veio como a Verdadeira Mãe, isto é, a segunda Eva...”.2

Apesar de a Bíblia não qualificar Deus com o gênero masculino ou feminino, isto não dá a ninguém o direito de tachar o Espírito Santo como um ser feminino. O qualificativo do gênero que aparece na Bíblia em relação ao Espírito Santo é sempre masculino. Alguns nomes ou palavras que, pela terminação e concordância, designam seres masculinos são aplicados ao Espírito Santo em vários trechos bíblicos. Em João 14.26, o pronome “esse”, no original grego, é keinos, que significa “aquela pessoa masculina”. Também em João 16.7, auton significa “ele”, é pronome pessoal, masculino e singular. Assim, a Bíblia desfaz por completo a alegação de que o Espírito Santo seja feminino.

Usurpam sua individualidade

Todos os modalistas3 subtraem a individualidade do Espírito Santo. Assim expressa a Igreja Voz da Verdade a respeito do Espírito Santo: “Deus é o Pai, o mesmo Deus é o Filho, o mesmo Deus está hoje conosco como Espírito Santo”.4

Embora não faltem textos para desfazermos essa má interpretação, basta-nos, aqui, apenas citarmos um versículo: “Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim” (Jo 15.26). Este texto elucida que o Espírito Santo procede do Pai, mas não é o Pai.

Aconselhamos pesquisa na revista Defesa da Fé (edição nº 50 / 2002), cuja matéria de capa vem com o título “Resposta ao CD Voz da Verdade”.

Usurpam seu cargo

Muitos estão usurpando os atributos pessoais do Espírito Santo, mas, de modo equivalente, muitas seitas têm usurpado alguns de seus cargos. Um deles tem a ver com uma das mais importantes funções que o Espírito de Deus desempenha em relação à Igreja, isto é, ser o nosso Consolador. Ao contrário dos elementos anteriores, este não é somente negado, mas usado de modo indevido por alguns líderes religiosos.

Desde o momento em que Jesus prometeu que enviaria outro consolador para substituí-lo após sua obra de redenção concluída na cruz, não tem faltado, através dos séculos, candidatos ao cargo. Quantos já se levantaram e proclamaram, em alta voz, que o referido título tem-se cumprido em sua própria pessoa!

Antes de trazermos alguns exemplos a respeito, falaremos, ainda que brevemente, sobre a função do Espírito Santo como o Consolador prometido por Jesus.

O Espírito como paracletos

No original grego, a palavra consolador é paracletos, que quer dizer “auxiliador, advogado”, entre outros significados.

Se tomarmos este termo fora do seu contexto, ele poderia, logicamente, ser aplicado a qualquer pessoa. Mas isso não é possível por causa do pronome indefinido e variável “outro”, que acompanha o adjetivo “consolador”. O pronome “outro”, empregado pelo evangelista na locução “outro consolador”, é oriundo do grego allos, que significa “da mesma espécie, natureza e qualidade”.

Percebemos, então, que a pessoa a quem ficaria incumbida a função de ser o vigário de Cristo no mundo teria de preencher todos os requisitos acima. Em última análise, tal pessoa teria de ser divina. Entretanto, nem mesmo a declaração inequívoca de Jesus de que o lugar do outro consolador já fora preenchido pelo Espírito Santo (Jo 15.17) foi forte o bastante para vetar a prepotência dos pretensos candidatos que reivindicam para si o cumprimento desta promessa.

Os falsos consoladores

Jesus nunca disse, ou mesmo insinuou, que o cargo de consolador da Igreja estava vago; muito pelo contrário, pois no mesmo fôlego Ele já revela o verdadeiro e único ocupante deste cargo — o Espírito Santo (Jo 14.16,17,26).

Enquanto alguns já chegaram até mesmo a declarar que o trabalho do Consolador já findou, como é o caso das testemunhas-de-jeová5, um expressivo número de grupos e/ou de líderes religiosos tem surgido e enganado a muitos, desviando seus seguidores da verdade quando afirmam que eles próprios são o “outro consolador” prometido.

Vejamos, a seguir, apenas alguns deles:

Montano

O historiador primitivo Eusébio de Cesaréia, em sua obra História eclesiástica, conta que, por volta do século II, apareceu um pregador por nome Montano. Este era convertido ao cristianismo e, em certo momento, sentiu que não era somente o porta-voz do Espírito Santo, mas sua encarnação. Afirmava que o paracletos, prometido em João 14.26, se encarnara em sua própria pessoa, apresentando-se como uma presença viva dele. Montano era homem de costumes severos, exigente e tinha como companheiras de evangelização duas mulheres: Priscila e Maximila, profetisas e sacerdotisas. Sua ação proselitista foi tal que até mesmo o célebre Tertuliano embrenhou-se no montanismo.6

Maomé

Maomé foi o fundador do Islã (600 d.C). Seu nome verdadeiro era Abulgasim Mohammad ibn Abdullah ibn Abd al-Muttalib ibn Hãshim. O significado de Maomé (Mohammad) é “altamente louvado”.

Os eruditos muçulmanos aplicam o texto de João 14.16 como uma referência a Maomé, pois o Alcorão, livro sagrado dos islâmicos, o denomina de ahmad que, em grego, corresponde a periklytos, cuja tradução é “que é louvado”. Os islâmicos consideram que esta seja a forma correta de paracletos.

Acontece, porém, que o texto do Novo Testamento, no original grego, não traz periklytos, mas paracletos. Para tentar dar consistência a seus argumentos, os defensores da teologia islâmica se apegam ao evangelho apócrifo de Barnabé que, ao invés de trazer a forma correta, paracletos, traz periklytos, coadunando assim com a exegese islâmica. É interessante como mesmo reconhecendo que o evangelho apócrifo de Barnabé é espúrio e com erros de gramática os muçulmanos parecem fazer “vistas grossas” ao fato. Pelo visto, o que eles querem mesmo é fazer de Maomé o outro consolador a qualquer custo!

O papa

Na basílica de São Pedro, em Roma, está a capela Sistina, constituída de quatro arcos nos quais se encontra escrito, em grandes letras em latim: VICARIUS FILII DEI, que quer dizer “Vigário do Filho de Deus”, ou mais propriamente “Vaga do Filho de Deus”.7

Com efeito, ao cotejar os dicionários verificaremos que vigário nada mais é do que aquele que exerce a função de outrem. É aquele que ocupa o lugar de outro. Com esse título, os papas usurpam a posição que só cabe, de fato, ao Espírito Santo. Na qualidade de Consolador, o Espírito Santo dará prosseguimento à presença de Jesus e de sua obra no seio da Igreja. A missão do Espírito Santo, em relação à Igreja, é a mesma exercida por Jesus enquanto esteve na terra. Apesar de os papas não reivindicarem diretamente este título, o fazem, contudo, indiretamente, por meio de seus muitos títulos em latim. Mas longe estão de preencher esta posição de modo cabal. Isso é impossível!

Após estes exemplos de personalidades usurpadoras do Espírito Santo, confira, doravante, algumas instituições religiosas que também reclamam esta excelência.

Espiritismo

Na corrida ao cargo de consolador, Allan Kardec mais que depressa inscreveu o espiritismo. Na obra O evangelho segundo o espiritismo, lemos o seguinte: “Jesus promete outro consolador: O Espírito Santo da Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito”. E arremata, dizendo: “Assim o espiritismo realiza o que Jesus disse do consolador prometido...”

Como vimos, segundo a opinião do codificador do espiritismo moderno, sua religião preenche no fundo e na forma a promessa de Jesus. Ainda segundo Kardec, o Espírito Santo seria apenas uma “falange de espíritos puros” que chegou à perfeição. Mas tais afirmações têm consistência?

A bem da verdade, o espiritismo e seus espíritos nunca poderiam ostentar tal cargo. O que temos visto na prática não é um consolador, mas um opressor espiritual. O espiritismo está envolvido com seres do mundo espiritual os quais a Bíblia chama de demônios (1Tm 4.1).

Aconselhamos pesquisar a revista Defesa da Fé (edição nº52 / 2003), cuja matéria de capa vem com o título “É possível identificar o espírito que fala pelo médium?”.

Ciência Cristã

Segundo Mary Baker Eddy, o melhor candidato a este cargo é a seita que ela própria fundou: “Esse Consolador, no meu entender, é a Ciência Divina”.8

É claro que a seita dessa mulher não pode concorrer ao cargo pretendido por ser algo inadmissível pelo teor do contexto da própria promessa. Esse consolador iria ensinar toda a verdade, o que não é o caso da Ciência Cristã, que nega as doutrinas básicas do cristianismo, chegando até mesmo a negar a realidade do mundo físico.

Aconselhamos pesquisar a revista Defesa da Fé (edição nº 25 / 2000), na matéria intitulada “Ciência Cristã – a arte pela cura da mente”.

Vó Rosa

A Igreja Apostólica, mais conhecida como Igreja da Santa Vó Rosa, ganhou este epíteto por causa de sua fundadora, chamada pelos adeptos desse grupo religioso de Santa Vó Rosa. Essa igreja reúne em seu bojo doutrinário várias práticas furtadas do catolicismo romano, do protestantismo e do espiritismo. Essa mulher, em vida, era considerada autoridade máxima no grupo, servindo como profetisa. Após sua morte, os líderes dessa igreja passaram a interpretar as palavras de Jesus sobre o outro consolador de um modo bastante particular. Separaram o conceito de o Espírito Santo ser o Consolador, aplicando o título Consolador à Vó Rosa. Vejamos o que disseram: “Jesus cumpriu sua promessa enviando o Consolador, a Santa Vó Rosa...”.9 Chegam a dizer o seguinte: “Se pregar contra a Santa Vó Rosa, peca contra o Espírito Santo, a quem ela representa”.10

Aconselhamos pesquisar a revista Defesa da Fé (edição nº 14 / 1999), na matéria intitulada “A Igreja Apostólica é realmente apostólica?”

O Espírito Santo enviado pelo Pai em nome de Jesus

Apresentamos, nesta matéria, alguns grupos religiosos e/ou líderes que, de alguma forma, usurparam o Espírito Santo. Entendemos que este ensaio foi capaz de demonstrar as arbitrariedades interpretativas dos referidos grupos. Seja por meio de personalidades distantes do nosso tempo, como é o caso de Montano, ou por um grupo mais recente, como é o caso da Igreja Apostólica, o fato é que a doutrina do Espírito Santo foi e continua sendo um dos alvos mais assediados pelas heresias. Entretanto, atravessando os séculos, as palavras de Jesus continuam claras, enfáticas e inalteráveis, e é justamente por elas que somos guiados: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26, grifo do autor). Amém!

Notas:

1 Poderá viver para sempre no paraíso na Terra. Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1983, p. 40/17.
2 Princípio divino. Sun Myung Moon, Editora: Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial, 1978, p. 162.
3 Modalistas: pessoas que acreditam na idéia de que as três pessoas da Trindade são, antes, um simples modo de uma única pessoa em Deus, e não pessoas distintas, isto é, modalismo.
4 http://www.vozdaverdade.com.br – (Suely Moysés Cufone)
5 “Quando o Espírito Santo cessou sua missão de confortador e advogado...” Jeová. Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, p.204.
6 Revista Defesa da Fé, ano 04, nº 25, agosto de 2000.
7 O seqüestro do papa João Paulo II. Aníbal Pereira dos Reis. Editora Caminho de Damasco, p. 16.
8 Ciência e saúde com a chave das Escrituras.
Mary Baker Eddy. The First Church of Christ, Scientist, in Boston, 1973, p. 55.
9 O Espírito Santo de Deus e o Consolador. Bispo Eurico Mattos Coutinho e Missionária Odete Corrêa Coutinho, 1985, p. 60.
10 Ibid., p. 152.

 

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"Lembrai-vos das coisas passadas da antigüidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antigüidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Isaías 46.9-10).

A profecia bíblica é a chave para se entender tanto o passado quanto o futuro. Embora aos céticos essa talvez pareça uma pretensão absurda, ela é facilmente comprovada. Pelo fato de ter se cumprido a maior parte das profecias registradas na Bíblia, fica muito simples determinar se essas profecias são ou não confiáveis.

Dois importantes assuntos da profecia estendem-se consistentemente por toda a Escritura: (1) Israel; (2) O Messias que vem para Israel e através de Israel para o mundo como Salvador de toda a humanidade. Ao redor destes dois temas centrais quase todas as demais profecias se desenrolam e encontram o seu significado, seja o Arrebatamento da Igreja, o Anticristo, seu governo e religião vindouros, o Armagedom, a Segunda Vinda de Cristo, ou qualquer outra ocorrência profética. A Bíblia é absolutamente única na apresentação dessas profecias, as quais ela registra com detalhes específicos, começando há mais de 3.000 anos.

Cerca de 30% da Bíblia são dedicados à profecia. Esse fato confirma a importância do que tem se tornado um assunto negligenciado. Em contraste marcante, a profecia está completamente ausente no Corão, nos Vedas hindus, no Baghavad Gita, no Ramayana, nas palavras de Buda e Confúcio, no Livro de Mórmon, ou quaisquer outros escritos das religiões mundiais. Esse fato isolado já provê um inegável selo de aprovação divina sobre a fé judaico-cristã, que falta em todas as outras crenças. O perfeito registro do cumprimento da profecia bíblica é suficiente para autenticar a Bíblia, diferentemente de todos os outros escritos, como a única e inerrante Palavra de Deus.

Profecia – A Grande Prova

Há muitas provas importantes para a profecia bíblica. A primeira de todas, o cumprimento da profecia estabeleceu prova irrefutável da existência do próprio Deus que inspirou os profetas. Pelos importantes eventos da história mundial, profetizados centenas e mesmo milhares de anos antes de acontecerem, o Deus da Bíblia prova ser o único Deus verdadeiro, Criador do Universo e da humanidade, o Senhor da História – e que a Bíblia é a Sua Palavra infalível, dada a fim de comunicar os seus propósitos e meio de salvação a todos os que crerem. Aqui está uma prova tão simples que uma criança pode entender e tão profunda que os maiores gênios não podem refutar.

A profecia, pois, desempenha um papel vital ao revelar o propósito de Deus para a humanidade. Ela também fornece uma prova inteiramente segura na identificação do verdadeiro Messias de Deus, ou Cristo, e desmascara o impostor de Satanás, o anticristo, de maneira que ninguém que observar a Palavra de Deus venha a ser por ele enganado.

Entretanto, por ser a profecia única na Bíblia, ela é única para Cristo. Profecia nenhuma narrou a vinda de Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio, Joseph Smith, Mary Baker Eddy, os populares gurus hindus que têm invadido o Ocidente, ou qualquer outro líder religioso, todos eles sem as credenciais que distinguem Jesus Cristo. Entretanto, há mais de 300 profecias do Velho Testamento que identificam o Messias de Israel. Séculos antes de Sua vinda, os profetas hebreus estabeleceram critérios específicos que deveriam ser preenchidos pelo Messias. O cumprimento destas profecias nos mínimos detalhes da vida, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré demonstram indiscutivelmente ser Ele o prometido por Deus, o verdadeiro e único Salvador.

Visto que estes dois importantes itens da profecia bíblica, Israel e o Messias, são tratados em alguns dos meus livros, principalmente em "Quanto Tempo Nos Resta?", vamos resumi-los aqui rapidamente. Em Isaías 43.10, o Deus de Israel declara que os judeus são Suas testemunhas para o mundo do qual Ele é Deus. Tal é o caso, apesar de 30% dos israelitas hoje afirmarem ser ateus e a maior parte dos judeus do mundo inteiro jamais pensarem em dizer que Deus existe. Mesmo assim eles são testemunhas da existência dEle, tanto para si mesmos como para o mundo, por causa do espantoso cumprimento exato na história daquilo que Deus falou que iria acontecer a esse povo especial.

O Povo Escolhido – Sua Terra e Destino

Embora muito do que os profetas predisseram para Israel ainda seja para o futuro, nove profecias importantes envolvendo detalhes específicos e verificáveis já se cumpriram, exatamente como fora previsto séculos antes.

1. Deus prometeu uma terra e fronteira claramente definidas (Gênesis 15.18-21) a Abraão (Gênesis 12.1; 13.15; 15.7, etc.) e renovou tal promessa a Isaque, filho de Abraão (Gênesis 26.3-5), ao seu neto Jacó (Gênesis 28.13) e aos seus descendentes para sempre (Levítico 25.46; Josué 14.9, etc.).

2. É um fato histórico Deus ter trazido esse "povo escolhido" (Êxodo 7.4-8; Deuteronômio 7.6; 14.2, etc.) à Terra Prometida; uma surpreendente história de milagres por si só.

3. Quando os judeus entraram na Terra Prometida, Deus os advertiu que, se eles praticassem a idolatria e imoralidade dos habitantes primitivos, os quais Ele havia destruído por praticarem o mal (Deuteronômio 9.4), Ele os lançaria também para longe (Deuteronômio 28.63; 1 Reis 9.7 e 2 Crônicas 7.20, etc.). Que isso aconteceu é, também, inegável pela história.

Até este ponto, a história nada tem de especial. Outros povos acreditaram que uma certa área geográfica era a sua "terra prometida" e depois de entrarem nela foram posteriormente expulsos pelos inimigos. Porém, as próximas seis profecias e o seu cumprimento são absolutamente únicos na história dos judeus. A ocorrência desses eventos, exatamente como foram profetizados, jamais pode ter acontecido por acaso.

4. Deus declarou que o seu povo seria espalhado "entre todos os povos, de uma até à outra extremidade da terra" (Deuteronômio 28.64; comp. 1 Reis 9.7; Neemias 1.8; Amós 9.9; Zacarias 7.14, etc.). E assim aconteceu. O "judeu errante" é encontrado em toda parte. A precisão com que essas profecias aconteceram exclusivamente aos judeus se tornou marcante, porque segue cumprimento após cumprimento até que a existência de Deus através do trato com o Seu povo escolhido se torne irrefutável.

5. Deus os admoestou que onde quer que vagassem, os judeus seriam "pasmo, provérbio e motejo entre todos os povos" (Deuteronômio 28.37; 2 Crônicas 7.20; Jeremias 29.18; 44.8, etc.). Incrivelmente isso tem se tornado realidade a respeito dos judeus através de toda a história, exatamente como a geração presente pode muito bem constatar. A maledicência, o desprezo, as piadas, o ódio violento chamado anti-semitismo, não apenas entre os muçulmanos, mas até mesmo entre os que se chamam cristãos, é um fato único e persistente na história peculiar do povo judeu. Mesmo hoje, apesar da freqüente memória do Holocausto de Hitler, que chocou e envergonhou o mundo inteiro como um desafio à lógica e à consciência, o anti-semitismo está vivo e recrudesce em todo o mundo.

História de Perseguição

Além do mais, os profetas declararam que esse povo espalhado não apenas seria difamado, denegrido e discriminado, mas:

6. Seria perseguido e assassinado como nenhum outro povo na face da terra, fato que a história atesta com eloqüente testemunho, pois foi exatamente o que aconteceu aos judeus, século após século, onde quer que fossem encontrados. O registro histórico de nenhum outro grupo étnico ou nacional de pessoas contém algo que ao menos se aproxime do pesadelo de terror, humilhação e destruição que os judeus têm suportado na história, pelas mãos dos povos entre os quais foram espalhados.

Vergonhosamente, muitos que afirmaram ser cristãos e, portanto, seguidores de Cristo, que era um judeu, estavam na primeira fila da perseguição e extermínio dos judeus. Havendo ganho completa cidadania no Império Romano pagão, em 212 d.C., sob o Édito de Caracalla, os judeus se tornaram cidadãos de segunda classe e objeto de incrível perseguição depois que o Imperador Constantino supostamente se tornou cristão. A partir daí, foram os que se chamavam cristãos que se tornaram mais cruéis com os judeus do que os pagãos jamais haviam sido.

Os papas católicos romanos foram os primeiros a fomentar o anti-semitismo ao máximo. Hitler, que permaneceu católico até o fim, afirmaria que estava apenas seguindo o exemplo dos católicos e dos luteranos em concluir o que a igreja havia começado. O anti-semitismo fazia parte do catolicismo, do qual Martim Lutero jamais se libertou. Ele advogava que se incendiassem as casas dos judeus, dando-lhes a alternativa de se converterem ou ficarem sem a língua.[1] Quando os judeus de Roma foram libertados de seus guetos pelo exército italiano em 1870, sua liberdade finalmente pôs fim a cerca de 1.500 anos de inimaginável humilhação e degradação nas mãos dos que afirmavam ser os vigários de Cristo. Papa nenhum odiou os judeus mais do que Paulo IV (1555-1559), cuja crueldade foi além da imaginação humana. O historiador católico Peter de Rosa confessa que uma inteira "sucessão de papas reforçou os antigos preconceitos contra os judeus, tratando-os como leprosos, indignos da proteção da lei. Pio VII (1800-1823) foi sucedido por Leão XII, Pio VIII, Gregório XVI e Pio IX (1846-1878) – todos eles discípulos de Paulo IV.[2] O historiador Will Durant nos lembra de que Hitler teve bons precedentes para a suas sanções contra os judeus:

O Concílio (católico romano) de Viena (1311) proibiu qualquer transação entre cristãos e judeus. O Concílio de Zamora (1313) estabeleceu que se proibissem aos cristãos de se associarem aos judeus... E levou as autoridades seculares (como a igreja havia há muito estabelecido em Roma e nos estados papais) a confinar os judeus em quarteirões separados (guetos) e compeli-los a usar um distintivo (antes havia sido um chapéu amarelo) e assegurar sua freqüência aos sermões para que se convertessem.[3]

Preservação e Renascimento

Deus declarou que apesar de tais perseguições e massacres periódicos,

7. Ele não permitiria que o Seu povo fosse destruído, mas o preservaria como um grupo étnico e nacional identificável (Jeremias 30.11; 31.35-37, etc.). Os judeus teriam toda razão de se misturarem através de casamentos [com os gentios], de mudarem seus nomes e de esconderem sua identidade de qualquer maneira possível, a fim de escaparem à perseguição. Por que preservaram sua linha sangüínea, se não possuíam uma terra própria, se a maioria não cria literalmente na Bíblia, e se a identificação racial só lhes trazia as mais cruéis desvantagens?

Deixar de se misturar em casamentos não fazia sentido. A absorção por aqueles entre os quais viviam pareceria inevitável, de modo que poucos sinais dos judeus como povo distinto deveriam permanecer até hoje. Afinal, esses desprezíveis exilados foram espalhados por todos os cantos da terra por 2.500 anos, desde a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C. Poderia a "tradição" ser tão forte sem uma fé real em Deus?

Contra todas as previsões, os judeus permaneceram um povo distinto, depois de todos esses séculos. Este fato é um fenômeno sem paralelo na história e absolutamente peculiar aos judeus. Para a maioria dos judeus que viviam na Europa, a lei da igreja tornava impossível o casamento misto sem a conversão ao catolicismo romano. Aqui mais uma vez a igreja católica desempenhou um papel infame. Durante séculos era pecado mortal, sob a jurisdição dos papas, o casamento entre judeus e cristãos, evitando-se os casamentos mistos mesmo entre os que o desejassem.

A Bíblia diz que quando Deus determinou guardar o Seu povo escolhido separado para si próprio (Êxodo 33.16; Levítico 20.26, etc.), Ele o fez porque

8. Os traria de volta à sua terra nos últimos dias (Jeremias 30.10; 31.8-12; Ezequiel 36.24,35-38, etc.), antes da segunda vinda do Messias. Essa profecia e promessa há tanto esperada foi cumprida com o renascimento de Israel em sua Terra Prometida. Isso aconteceu em 1948, quase 1.900 anos após a Diáspora final, na destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., pelos exércitos romanos liderados por Tito. Essa restauração de uma nação, depois de 25 séculos, é absolutamente espantosa, um fenômeno sem paralelo na história de qualquer outro povo e inexplicável por meios naturais e muito menos pelo acaso. Mais notável é que

9. Deus declarou que nos últimos dias, antes da segunda vinda do Messias, Jerusalém se tornaria "um cálice de tontear... uma pedra pesada para todos os povos" (Zacarias 12.2-3). Quando Zacarias fez esta profecia, há 2.500 anos, Jerusalém permanecia em ruínas e cheia de animais selvagens. A profecia de Zacarias parecia uma grande loucura, mesmo após o renascimento de Israel em 1948. Pois hoje, exatamente como foi profetizado, um mundo de quase 6 bilhões de pessoas tem os seus olhos voltados para Jerusalém, temendo que a próxima Guerra Mundial, se explodir, seja travada sobre essa pequenina cidade. Que incrível cumprimento da profecia!

Nenhuma Explicação Normal

Israel ocupa 1/6 de 1% da área de terra que os árabes possuem. Os árabes têm o petróleo, a riqueza e a influência mundial que tais recursos aparentemente inesgotáveis proporcionam. Não apenas o pedacinho de terra de Israel é dificilmente perceptível no mapa-múndi, como também lhe faltam todas as coisas essenciais para que se torne o centro das preocupações de todo o mundo. Entretanto, desafiando o bom-senso, Israel é o foco da atenção mundial, exatamente como foi profetizado.

Jerusalém é uma pequenina cidade sem importância comercial ou localização estratégica. Mesmo assim, os olhos do mundo inteiro estão sobre ela mais do que sobre qualquer outra cidade. Jerusalém tornou-se realmente uma "pedra pesada" ao redor do pescoço de todas as nações do mundo, o problema mais irritante e instável que as Nações Unidas enfrentam hoje. E não há explicação lógica para isso. O que os profetas hebreus declararam há milhares de anos e que parecia absolutamente irreal em seu tempo está se cumprindo hoje. Essa é apenas uma parte da evidência de que os "últimos dias" profetizados estão chegando para nós, e que a nossa geração, provavelmente, verá o restante da profecia cumprida.

As profecias acima delineadas (para não citar inúmeras outras), têm sido assunto de conhecimento público nas páginas da Escritura e têm estado disponíveis para exame cuidadoso durante séculos. Que elas tenham se cumprido com detalhes não pode ser obra do acaso, sendo, na verdade, a prova evidente da existência do Deus que inspirou a Bíblia, provando a autenticidade e inerrância desse Livro. Em vista de tal clara e admirável evidência, somente podemos supor benevolentemente que nenhum agnóstico ou ateu tenha se atrevido a ler as profecias bíblicas e as tenha checado pessoalmente com a história e os eventos atuais.

Existem profecias adicionais concernentes a Israel e Jerusalém que se referem aos últimos dias, as quais ainda aguardam futuro cumprimento. Entretanto, podemos estar certos, baseados nas profecias que já se cumpriram, que estas também se realizarão em um futuro não muito distante. O tempo mais aterrador de destruição para os judeus e também para toda a população mundial ainda está por vir. Ele se chama "tempo de angústia para Jacó" (Jeremias 30.7).

Com espantosa precisão a Bíblia não menciona Damasco, Cairo, Londres ou Paris como centro da ação dos últimos dias, mas apenas duas cidades específicas: Jerusalém e Roma. Elas são divergentes, têm sido inimigas desde a época dos césares e notavelmente continuam rivais pela supremacia espiritual ainda hoje. A Roma católica reivindica ser a "Cidade Eterna" e a "Cidade Santa", títulos que a Bíblia deu a Jerusalém. Roma também afirma que é a "Nova Jerusalém", provocando um conflito direto com as promessas de Deus concernentes à verdadeira Cidade de Davi.

Passaram-se 2.000 anos de tensão e antagonismo entre Roma e Jerusalém. Durante quase 46 anos após o renascimento de Israel em 1948, o Vaticano se recusou a reconhecer esse país. Essa animosidade não foi apagada pela recente abertura que o Vaticano executou apenas como expediente para se aproximar de Israel. Roma quer exercer influência sobre o futuro de Jerusalém, que ela ainda insiste em tornar uma cidade internacional sobre a qual Israel não tenha mais direito do que qualquer outra nação.

Com espantosa precisão a Bíblia identifica Jerusalém e Roma como os pontos focais dos eventos profetizados para os últimos dias. Ambas vão ter sua parte no julgamento de Deus. Exige-se pouco mais do que atenção casual sobre as notícias diárias para se reconhecer a precisão da profecia. Também aí, no que a Bíblia diz sobre Roma e a Cidade do Vaticano, temos evidências adicionais de que esse Livro é a Palavra de Deus. (extraído do livro "A Woman Rides the Beast", tradução de Mary Schultze)

Notas

  1. Will Durant, The Story of Civilization, vol. VI, The Reformation (Simon and Schuster, Inc., 1950), p. 727.
  2. Peter de Rosa, Vicars of Christ: The Dark Side of the Papacy (Crown Publishing, Inc., 1988), p. 194.
  3. Durant, op. cit., vol. VI, p. 729.

Extraído do livro A Mulher Montada na Besta - Volume 1.


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